Há pouco tempo virei fã de um autor francês contemporâneo. Confesso que estou realizada lendo todos os clássicos que posso na língua original. Passei um pouco de trabalho lendo Balzac, e uma professora francesa me aconselhou: "Está lendo Balzac? Até para mim é difícil! Acho que você deveria ler autores contemporâneos". E foi então que conheci Foenkinos. O romancista francês de 40 anos estudou letras na Sorbonne (Paris) e teve seus livros traduzidos para 35 línguas. Segundo a revista Le Figaro, ele é um dos cinco autores que mais teve seus livros vendidos em 2011.
Até o momento li dois romances de Foenkinos e com certeza vou atrás dos outros. La Délicatesse foi escrito em 2011 e ganhou dez prêmios de literatura na França. O romance é sobre Nathalie e seu casamento perfeito com François. Um dia, ele saí para correr, é atropelado e morre. O mundo da jovem desaba e ela demora alguns meses para voltar ao trabalho. No retorno, tem que aguentar o chefe que não tem papas na língua e passa a assediá-la. Aos poucos, ela vai se aproximando de outro colega de trabalho, Markus, e aí sim tem vontade de sair com alguém após a morte de seu marido. O que os colegas de trabalho não entendem é como uma mulher bonita, jovem e inteligente está namorando o homem mais feio da empresa. Detalhes que Foenkinos nos faz descobrir através do livro e deixa claro que existem outras belezas pelas quais as mulheres se interessam. A trama é curiosa, e, por vezes, cômica. Existe um filme sobre o livro que tem o mesmo título e é estrelado por Audrey Tautou.
Outro livro que gostei muito foi La Tête de l'emploi. É um ótimo romance para dar boas risadas. A trama é entorno de Bernard, um homem de 50 anos que se separa e perde o emprego. Além disso, Alice, a única filha do casal, vai fazer intercâmbio em São Paulo, no Brasil. "Por que o Brasil? Nós não fazemos estágios no Brasil. É um país onde as mulheres bebem cocktails exibindo os seios. Onde passamos nosso tempo dançando e jogando futebol de pés descalços. É um país para passar as férias!". Infelizmente, a imagem do nosso país é motivo de piada no livro.
Após estar com a vida de cabeça para baixo, Bernard volta a morar na casa de seus pais que o tratam como uma criança no auge dos seus 50 anos. Uma criança que nunca foi amada ou mimada. Foenkinos aborda a falta de amor durante a infância e os erros que Bernard tenta não cometer com a sua própria filha. É um livro interessante, leve e divertido.
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