domingo, 7 de dezembro de 2014

David Foenkinos

Há pouco tempo virei fã de um autor francês contemporâneo. Confesso que estou realizada lendo todos os clássicos que posso na língua original. Passei um pouco de trabalho lendo Balzac, e uma professora francesa me aconselhou: "Está lendo Balzac? Até para mim é difícil! Acho que você deveria ler autores contemporâneos". E foi então que conheci Foenkinos. O romancista francês de 40 anos estudou letras na Sorbonne (Paris) e teve seus livros traduzidos para 35 línguas. Segundo a revista Le Figaro, ele é um dos cinco autores que mais teve seus livros vendidos em 2011.

Até o momento li dois romances de Foenkinos e com certeza vou atrás dos outros. La Délicatesse foi escrito em 2011 e ganhou dez prêmios de literatura na França. O romance é sobre Nathalie e seu casamento perfeito com François. Um dia, ele saí para correr, é atropelado e morre. O mundo da jovem desaba e ela demora alguns meses para voltar ao trabalho. No retorno, tem que aguentar o chefe que não tem papas na língua e passa a assediá-la. Aos poucos, ela vai se aproximando de outro colega de trabalho, Markus, e aí sim tem vontade de sair com alguém após a morte de seu marido. O que os colegas de trabalho não entendem é como uma mulher bonita, jovem e inteligente está namorando o homem mais feio da empresa. Detalhes que Foenkinos nos faz descobrir através do livro e deixa claro que existem outras belezas pelas quais as mulheres se interessam. A trama é curiosa, e, por vezes, cômica. Existe um filme sobre o livro que tem o mesmo título e é estrelado por Audrey Tautou.

Outro livro que gostei muito foi La Tête de l'emploi. É um ótimo romance para dar boas risadas. A trama é entorno de Bernard, um homem de 50 anos que se separa e perde o emprego. Além disso, Alice, a única filha do casal, vai fazer intercâmbio em São Paulo, no Brasil. "Por que o Brasil? Nós não fazemos estágios no Brasil. É um país onde as mulheres bebem cocktails exibindo os seios. Onde passamos nosso tempo dançando e jogando futebol de pés descalços. É um país para passar as férias!". Infelizmente, a imagem do nosso país é motivo de piada no livro.
Após estar com a vida de cabeça para baixo, Bernard volta a morar na casa de seus pais que o tratam como uma criança no auge dos seus 50 anos. Uma criança que nunca foi amada ou mimada. Foenkinos aborda a falta de amor durante a infância e os erros que Bernard tenta não cometer com a sua própria filha. É um livro interessante, leve e divertido.


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