domingo, 27 de novembro de 2011

Um dia

Um dia é um best seller que cria muita expectativa pelos elogios feitos por jornais americanos de renome como o New York Times. O autor inglês, David Nicholls, consegue fazer com que o leitor fique dominado (como eu fiquei), lendo sem parar e torcendo para que a história tenha um final feliz. O enredo é sobre os amigos Emma Morley e Dexter Mayhew que se conheceram durante a festa de formatura da faculdade. A narrativa acompanha os 20 anos após esse episódio. Depois da festa, o casal tem um breve affair. Com tantas diferenças de personalidade, eles não acreditam que algum dia ficarão juntos. Por isso, optam pela bela e boa amizade. Correspondências por cartas, telefonemas e até visitas inesperadas fazem com que a amizade fique cada vez mais forte, a ponto de virarem amigos de verdade.
Emma é uma menina estudiosa, revolucionária que deseja mudar o mundo porque acredita que as pessoas são fúteis demais, principalmente as modelos anoréxicas pelas quais Dex se interessa. Dexter é o playboy, aquele tipo de cara que quanto mais telefonemas de mulheres bonitas tiver na agenda, mais orgulhoso fica de si mesmo. 
Emma trabalhou em uma pequena companhia de teatro, depois em um restaurante e seguiu a vida morna e pacata de sempre. Fica com homens que gostam dela, porque ela afinal, descobre não gostar de ninguém. Dexter torna-se um famoso apresentador de TV. Fica alcoólatra e namora celebridades. Sempre que pretende conversar sério com alguém, lembra de Emma. Os dois passam férias juntos na Grécia e lutando contra os fortes impulsos, e a vontade dos leitores, continuam só amigos. 
O casal passa por um amadurecimento que aos olhos de quem lê, é esclarecedor. Consegue-se observar a insegurança e a rebeldia da juventude, a preocupação com o futuro. No entanto é quando chega-se a idade adulta e a sensação de que não há mais tempo para fazer tudo o que quiser aos 35, aflora.  
``A melhor história de amor atemporal para aqueles que sempre desejaram ter alguém que nunca tiveram``- Adele Parks. 
O livro é um sucesso mundial e acabou em filme. Em dezembro estreia no Brasil o longa que tem no elenco Anne Hathaway. Para assistir ao trailer é só clicar aqui .

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Persuasão

O que mais me chama atenção no romance de Jane Austen é a sensibilidade com que ela escrevia. Deve-se levar em consideração a época, século 19, e mesmo assim, sua narrativa faz com que o leitor sinta que o enredo é ainda atual. A trama se passa ao redor de Anne Elliot, uma jovem que se apaixona pelo, então pobre e sem futuro oficial da marinha, Frederick Wentworth. Os dois não se casam por interferência da família da jovem e de uma grande amiga, Lady Russell. A persuasão é muito usada, principalmente, nesse momento da história, quando todos ao redor convencem Anne de que Frederick é muito pouco para ela.
Com o coração partido, próprio do romantismo da época, a jovem deixa o amor de sua vida ir embora. Passados oito anos, Frederick Wentworth, agora capitão da marinha, volta a cidade e passa a cortejar uma amiga de Anne. A família Elliot começa a admirar Wentworth e finge que nunca menosprezou o capitão. Algum tempo depois de nenhuma atitude ser feita por ambos, Wentworth escreve uma carta emocionante dizendo que sempre amou Anne e nunca no mundo, encontrou mulher que pudesse comparar a ela. Muito surpresa e feliz com a carta, a srta. Elliot casa-se com o amor de sua vida.
Um trecho da carta de amor do capitão para Anne: "Você me dilacera a alma. Sou metade esperança, metade desespero. Diga-me que não é tarde demais, que tais sentimentos preciosos não desapareceram completamente. Ofereço-me a você mais uma vez com um coração que lhe pertence ainda mais do que  há oito anos e meio, quando você quase o despedaçou".
O que faz pensar sobre a importância da persuasão, é que, muitas vezes, fazemos aquilo que os outros acham que é bom pra nós, quando na verdade, deveríamos fazer o que nós quisermos e acharmos que é certo. Por sorte de Anne, o amor de sua vida voltou para ela. Na realidade, a probabilidade de ele já ter casado e construído uma família era bem maior. Wentworth também usou da persuasão e soube aplicá-la no tempo certo. Anne, dessa vez, aproveitou a ocasião: a sorte agora bateu à sua porta.

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