domingo, 26 de janeiro de 2014

Cuba - moeda, comida, economia

Quem viaja para Cuba tem que estar certo de uma coisa: esquecer o consumismo e a fartura de comidas para viver um pouco da realidade dos cubanos. Havana é uma cidade linda, histórica, com pessoas alegres, felizes... e é impossível não se sentir nos anos 60. Os carros são de 1958 a 1962. Aos poucos o governo vem abrindo a economia e vemos alguns carros novos pelas ruas, mas são raríssimos. A comida deles não é boa. Isso porque a variedade de alimentos é pequena. Ao entrar em uma cafeteria para lanchar no meio da tarde, dá para dizer que dá um desânimo porque além de poucas opções, não tem nada que atraia muito os turistas. A não ser quando falamos de um bom almoço com lagostas... aí sim!

A moeda em Cuba para turistas é o CUC. 100 Dólares equivale a 87 CUCs. As coisas são caras lá, e em qualquer lugar você se sente obrigado a dar gorjeta. E digo mais, dá com prazer porque as pessoas são humildes e trabalham muito. Às vezes me pegava pensando que eles nunca podem sair de lá. Não porque o governo proíbe, mas porque eles ganham o equivalente a 100 reais por mês. Considerando que eles não têm gastos com saúde e educação, ganham comida do governo e os gastos com transporte são baixíssimos. Algumas pessoas que conversamos nas ruas nos disseram que a comida recebida não dura o mês inteiro, apenas 15 a 17 dias. Quanto a saúde e a educação não escutamos nenhuma reclamação. Os mais jovens são os mais insatisfeitos... eles querem ter acesso a internet, a roupas de marca, a uma chance de poder viajar. Nos hotéis a internet é paga. Uma hora custa 10 CUC.

O comunismo visto em Cuba é mais do que somente uma medida econômica e política. É um conceito adquirido pelas pessoas para ajudar o próximo. Eles são generosos, bondosos e muito carentes. Qualquer presente que você dê a um Cubano é recebido com muita alegria. Nós levamos sabonetes para distribuir e as pessoas adoraram. Tocavam, cheiravam, ficavam felizes por essa pequena demonstração de carinho.

Aos poucos o país está abrindo para outros mercados. Encontramos muitos canadenses, principalmente em Varadero, e eles disseram que o Canadá tem boas relações com Cuba. E como está muito frio em janeiro lá, eles aproveitam pra curtir as praias maravilhosas da ilha.

Conhecemos um médico que trabalhava como taxista para fazer um "bico". Um professor de física com especialização que também tinha esse segundo emprego para poder pagar as festas do filho mais novo. Todos são iguais, o médico não é melhor que o padeiro, nem mais esperto que o bombeiro ou mais poderoso que um professor. Eles tem o mesmo salário, os mesmos direitos, a mesma condição de vida.
Não defendo o comunismo, mas também não condeno. Se me perguntarem se eu gostaria de morar lá, a resposta é não. É legal ver a diferença, observar como se vive bem com tão pouco, como o consumismo louco em que vivemos não é essencial para uma pessoa ser feliz. O interessante é fazer uma boa reflexão sobre tudo isso e pensar mais antes de melhorar o humor fazendo compras.

Refrigerantes - nada de coca-cola

Pelas ruas de Havana

Mercado em Havana - nada de fartura





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