quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Museus de Montreal

Para entender e saber mais sobre a história do Canadá e de Montreal é preciso visitar os museus da cidade. Através da história podemos entender como o país se tornou a grande potência que é hoje. Os imigrantes que vêm, há séculos, de todas as partes do mundo imprimiram sua marca nesta construção. Ficamos sabendo de como foi enfrentado o frio pelos povos antigos na chamada "Nova França" e como eles faziam isso com tão poucos recursos. Neste post vou falar sobre os quatro museus que visitei e que revelam a história deste país. Sou apaixonada por história e por isso não abro mão de visitar todos os museus e locais históricos das cidades e países pelos quais passo.
Centre d'histoire de Montréal: Há uma exposição permanente que apresenta como era a vida dos nativos que já habitavam o Quebéc antes do explorador francês, Jean Jaqces Cartier, chegar ao Canadá em 1534. Durante o ano, várias exposições são apresentadas no museu, a única permanente é a da história do país. Uma das atrações dessa vez foi uma exposição sobre a vida, os vícios e a moralidade em Montreal de 1940-1960. A época dos cabarés, dos jogos ilegais, dos bordeis... Nos faz lembrar um pouco do que assistimos em o "Poderoso Chefão". $ 6 para adulto e $ 4 para estudante. 

Maison Ramezay: Primeiro local considerado patrimônio histórico de Montreal. A casa foi construída pelo então governador de Montreal, Claude de Ramezay, em 1705. Muitos eventos históricos e pessoas importantes passaram pela Maison, inclusive um dos líderes da revolução americana, Benjamin Franklin. A casa transformou-se em museu em 1895. No início, a entidade era mantida por moradores que queriam preservar o local. Os visitantes podem contemplar quase 30 mil objetos históricos. Atrás do museu fica o Governor's Garden (jardim do governador). É uma mostra do que eram os jardins do século XVIII, no Quebéc, conhecido por "Nova França". O museu fica no centro de Old Montréal, ao lado da praça Jean Jacques Cartier. $ 10 para adultos e $ 8 para estudantes. 


Musée Stewart: Expõe mais de cinco séculos de história desde os aborígenes até o presente. Muitos arquivos históricos, livros raros e mapas antigos estão no local. O museu fica na St. Helen's Island, onde também tem o Parc Jean Drapeau. O local foi construído entre 1820 e 1824 pelos ingleses para guardar armamentos e munições. Quem se interessa pela história específica do Quebéc vai adorar esse museu. $ 10 para adultos e $ 8 para estudantes. 


Maison St. Gabriel: a casa foi construída em 1653 com o objetivo de educar as crianças dos primeiros franceses que chegavam para morar em Montreal. Marguerite Bourgeoys fundou uma congregação religiosa chamada Congregação de Notre-Dame para trabalhar na casa. O então Rei da França, Louis XIV, resolveu mandar as jovens pobres ou órfãs para o Quebéc e elas foram acolhidas por Marguerite Bourgeoys. As conhecidas "filhas do rei" vinham para arranjar um marido na Nova França e começar as novas famílias. Segundo dados da época, existia uma mulher para cada 14 homens em Montreal. A casa é muito bonita e vale uma visita guiada. O museu é um pouco longe do centro. Para chegar até ele é necessário pegar o metrô e descer na estação La Salle e depois caminhar mais uns 12,15 minutos. $ 10 para adultos e $ 8 para estudantes. 

Curtam as fotos que flagrei desses belos e imperdíveis lugares.
Em breve, virão mais.

Exposição temporária no Centro histórico de Montreal
Maison Ramezay
Jardim do Governador na Maison Ramezay
Exposição permanente no Musée Stewart
Musée Stewart na île St. Helene
Tour na Maison St. Gabriel
Maison St. Gabriel

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Montreal est une belle ville!

Estou há duas semanas em Montreal e posso dizer que já estou perdidamente apaixonada pela cidade. Mais de três milhões de pessoas vivem na região metropolitana de Montreal. É como uma cidade europeia, pois esbanja história e cultura, mas ao mesmo tempo, tem a modernidade dos Estados Unidos. Pelas ruas podemos ver o multiculturalismo, os imigrantes de todos os lugares do mundo, a educação e a boa vontade de quem mora no Canadá. O transporte público, metro e ônibus, possibilita que se chegue a qualquer lugar de Montreal com agilidade e conforto. 

O mais legal que é uma cidade onde tem gente de todos os lugares do mundo que vieram por diferentes razões: trabalhar, estudar ou simplesmente para residir. Não existe preconceito aqui. O indiano tem o mesmo espaço que um americano ou que um francês. A segurança é excelente. Assalto a mão armada é algo raríssimo. Os canadenses pagam muitos impostos, mas ganham muito com a saúde. Qualquer remédio acima de 150 dólares é subsidiado pelo governo. A Educação é gratuita até entrar na faculdade. O preço cobrado nas Universidades é considerado um dos mais baixos da América do Norte.  O transporte público é excelente. Enfim, as coisas realmente funcionam aqui. 

Na cidade quase tudo é em francês... mas nas lojas e restaurantes os atendentes são bilíngues. É engraçado porque sempre somos recebidos com "Hi. bonjour!". As creperias francesas estão por toda cidade assim como o peixe frito e as batatas (fish and chips) dos ingleses. Andando de um bairro a outro é possível identificar a arquitetura francesa e a inglesa. No centro da cidade nos deparamos com a Notre-Dame (idêntica a de Paris). Dezenas de museus revelam a história da cidade que já foi a capital do Canadá e motivo de disputa entre franceses e ingleses durante anos. Passeando pelos belos parques, pelas ruelas da Old Montreal, pelo Porto, por todos os cantos escondidos de Montreal, é inevitável se apaixonar. 



domingo, 17 de agosto de 2014

Lendo Lolita em Teerã


Na capital do Irã, uma das cidades onde o islamismo predomina, um grupo de sete estudantes se reúne com uma professora, uma vez por semana, para discutir histórias e livros proibidos no Oriente. As jovens, que não têm esperanças de uma vida mais digna, somente a vontade de aprender muito, cumprem religiosamente os encontros. Cada semana, um novo livro e novas histórias que as fazem sonhar.
“Lendo Lolita em Teerã” foi escrito pela iraniana Azar Nafisi. A autora relata sua experiência de leitura com as alunas, que recebem nomes fictícios por segurança. A jovem professora de literatura apresenta, clandestinamente, livros de autores como Vladimir Nabokov, F. Scott Fitzgerald, Henry James e Jane Austen.
Além de uma grande aula de literatura, o livro revela detalhes da vida das mulheres islâmicas e os absurdos pelos quais elas passam. As penalizações, segundo a autora, amedrontam e submetem as iranianas a grandes humilhações. Elas não podem subir as escadas de escolas e universidades correndo, não podem rir nos corredores, não devem falar com homens, deixar alguma mecha do cabelo aparecer por trás da burca... uma série de proibições que limitam a vida das mulheres que seguem o islamismo. Através dos encontros na casa da autora, Azar deu esperança e motivou as jovens alunas a procurarem uma vida diferente. “Durante aquelas poucas horas preciosas, nos sentíamos livres para discutir os sofrimentos e alegrias”. As estudantes, que eram tímidas no início, passaram a dividir seus medos e angústias nos encontros. As jovens se identificavam nas histórias dos grandes autores do Ocidente e viam suas vidas em romances como Madame Bovary, Gatsby e até Lolita.
A partir da narrativa é possível perceber o sacrifício e a luta diária das mulheres no Irã. A falta de perspectiva as faz encontrar a chance de ser feliz, pelo menos através dos livros. 

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