quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ONOIR - Uma experiência incrível no escuro

Imagine a cena: Você entra em um restaurante totalmente no escuro para jantar. O garçom, que é cego, traz os pratos. A comida chega e você inicia comendo com os talheres, mas no fim, tem que utilizar as mãos porque é impossível ver o que ainda tem no prato. A atenção se volta totalmente para o sabor da comida, para as conversas ao lado, e nos damos conta de como o tato é importante para acertar o garfo dentro da boca. Pois é, essa experiência pode ser vivida por qualquer um que reserve uma mesa no restaurante "ONOIR" que tem em Montreal ou Toronto.
O primeiro passo é deixar a bolsa e os celulares dentro de um armário na entrada do restaurante (afinal, é proibido qualquer luz dentro da sala onde as pessoas jantam). Na recepção, onde tem luz, você olha o cardápio e pede o que quiser; mas atenção, não dá para ir só para experimentar a sobremesa. ONOIR vende oferece dois serviços que são: entrada + prato principal ou entrada + prato principal + sobremesa, que tem o custo em torno de 40 dólares por pessoa. O cardápio de drinks também fica disponível para escolha logo na chegada.
Cardápio escolhido, o garçom busca os clientes. Com a mão no ombro do nosso guia, não corremos o risco de bater em cadeiras e mesas dentro da sala de jantar. Ele nos explica como funciona e vai trazendo os pratos que já pedimos. Qualquer dúvida é só chamar pelo nome o garçom que ele aparece. Para ir ao banheiro, a mesma coisa. Ele te leva até o lavabo que tem uma luz bem fraquinha e depois retorna até à sua mesa. Ficamos duas horas dentro do restaurante comendo devagar e decifrando o prato surpresa que o Rafa pediu.
O objetivo é justamente esse, que as pessoas possam prestar atenção no aroma e no gosto da comida. E claro, depois algum tempo na escuridão total, sentir e tentar entender como é a vida dos cegos. Todos os garçons são cegos e oferecem um atendimento de primeira qualidade.
Foi uma experiência incrível que eu, com certeza, viveria de novo. Poucas vezes temos a chance de nos concentrar somente no gosto da comida quando vamos a um restaurante. O melhor de tudo, é que ninguém olha para você e nem para sua roupa!
Nesse ambiente nos concentramos em coisas simples como, segurar corretamente o copo, firmar o garfo e a faca para não deixar nada cair no chão. Surge um sentimento de compaixão por essas pessoas que vivem uma vida sem enxergar nem um fio de luz e seguem lutando para preservar sua dignidade, seu lugar no mundo.



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Biblioteca pública de Montreal

Uma das coisas que mais sinto falta de Montreal, além do frio, é da Biblioteca Pública. Existem vários centros de lazer pelos diferentes bairros da metrópole, e são boas opções para quem não quer se deslocar até o centro da cidade. Eu recomendo, até para quem não gosta de ler, visitar, pelo menos uma vez a Bibliothèque et archives nationales du Québec. Além do acervo fantástico de livros há também o de CDs e filmes.
Descendo do metrô na Berri-UQAM é só subir as escadas e entrar na Biblioteca. Ela abre de terça à domingo.
A Biblioteca que fica interligada com a Université du Québec à Montréal, é um verdadeiro paraíso para quem ama ler, como eu. Milhares de livros, revistas, jornais, cd's, dvd's e filmes estão disponíveis para empréstimo. Qualquer pessoa pode entrar na biblioteca e utilizar os serviços, mas para levar para casa é preciso fazer uma carteirinha, e o melhor de tudo, é que ela não custa nada. Quem está passando uma temporada em Montreal pode apresentar um comprovante de residência, ou se inscrever pela internet, esperar uma carta que é entregue na sua casa em menos de uma semana e utilizá-la para a inscrição na biblioteca. Depois disso, é só curtir e procurar uns bons clássicos para ler.
O legal é que mesmo no Brasil, consigo acessar o site (https://www.banq.qc.ca/accueil/) e baixar alguns ebooks e artigos gratuitamente.
No início do inverno, quando as temperaturas já baixavam dos -15°C, íamos aos domingos à biblioteca para retirar DVDs dos seriados de TV e livros. Para nossa surpresa, encontrávamos muita gente sentada nos sofás, trabalhando em computadores, estudando dentro da biblioteca. Os canadenses adoram ler, estudar, se informar sobre o que acontece no mundo. Até os pequenos são assim. O andar de baixo da biblioteca é reservado para as crianças. Conversei com uma mãe na feira do livro de Montreal, que aconteceu em novembro de 2014, e ela disse que ia a biblioteca pública pelo menos uma vez por mês porque o filho de oito anos insistia. Quando eu perguntei a ele o que preferia ganhar de aniversário, um jogo de video game ou um livro, ele foi determinado na resposta: "um livro, claro"! E ainda fez uma cara de quem pensa "que pergunta besta essa"!
Realmente, o número de crianças na feira do livro e dentro da biblioteca chamou minha atenção. O governo investe em eventos e atividades ligados à leitura para todas as idades. Dentro da biblioteca são oferecidas palestras e exposições gratuitas. Normalmente, sobre algum autor do Québec.
Vale a pena visitar a biblioteca, nem que seja por um dia. Quem mora em Montreal não pode perder a chance de se inscrever e aproveitar tudo que a cidade tem a oferecer em termos de cultura e aprendizado. O local é fechado e aconchegante, próprio para passar uma boa tarde de inverno.
Biblioteca de Montreal




quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Melhores restaurantes de Montreal

O bom de morar em uma metrópole é que podemos degustar pratos de todas as partes do mundo. A culinária francesa, inglesa, indiana, grega, brasileira, mexicana e americana estão presentes por todos os cantos de Montreal. O famoso prato canadense, o poutine (expliquei sobre ele neste post), está no menu de muitos restaurantes na cidade. Mas além deste, existe o conhecido sanduíche de smoked meat (carne defumada) que também é muito popular. O lugar mais clássico que serve o sanduíche é o Schwartz's.

Schwartz's: um dos restaurantes mais antigos e tradicionais de Montreal fica no boulevard St-Laurent. Fundado em 1928 por um imigrante judeu da Romênia, o restaurante vende a melhor carne defumada da cidade. O diferencial é que eles não usam conservantes na carne. O alimento é preparado com uma "mistura secreta" de ervas e temperos marinados durante 10 dias. 
Entrar no restaurante é como voltar 80 anos. O local é antigo e pequeno. Ideal para chegar, comer alguma coisa e sair. Em Montreal não existe o hábito de ficar horas conversando depois de comer, como no Brasil. 
Eu não como carne vermelha e pedi um sanduíche de peito de peru que não gostei. Meu namorado comeu o de carne e aprovou. Vale a pena ir no Schwartz's para conhecer e experimentar a tão famosa smoked meat

Baton Rouge: Uma Steakhouse canadense ao estilo Outback. O ambiente é legal tanto para um grupo de amigos, quanto para família, ou um jantar a dois. O Rafa pediu o "Prime Rib", uma costela com vegetais e batata doce frita (imperdível). Tinha duas opções, de 10 oz (280 gramas) e de 14 oz (392 gramas). O de 10 oz é ideal para uma pessoa. Eu fui na tradicional Ceasar Salad e não me arrependi. Na segunda vez que fomos, em Toronto, pedi a Chicken Tenders e não gostei. Por isso, é melhor ir na tradicional.
Existem três unidades do Baton Rouge em Montreal. Uma no Complexe Desjardins, uma perto do Center Bell e outra na estação Namur. Em Toronto um dos restaurantes é no popular Eaton Center e outro na frente da CN Tower.

Dirty Dogs: O nome e o tamanho do lugar não animam muito, mas não se deixe enganar pelas aparências. O Dirty Dogs tem, sem dúvidas, o melhor cachorro-quente de Montreal. Um dos mais pedidos é o cachorro com macarrão e queijo, o tradicional Mac&Cheese americano. Pedi um com a salsicha vegetariana e achei incrível. As calorias são incontáveis, mas quem se preocupa com isso no inverno canadense? Fazemos de tudo para manter o corpo aquecido! E comer é indispensável. O importante é não ficar com a consciência pesada ao experimentar as maravilhas que Montreal tem a oferecer. O Dirty Dogs, com certeza, está entre elas.

Bagel St Viateur: Um dos lugares mais aconchegantes para comer um bagel e tomar um café em uma tarde chuvosa. Ou mesmo de sol, afinal bagels são bons em qualquer momento. Existem quatro restaurantes que você pode tanto pegar para levar como sentar e aproveitar o ambiente. Pedimos um bagel de carne, de novo a smoked meat, e um de salmão defumado. Foi i-n-c-r-í-v-e-l! O custo sai em torno de $ 12. Os pratos são bem servidos para uma pessoa.

A&W: Afim de comer um fast-food, mas de saco cheio de McDonalds e Burger King? É a vez de experimentar o A&W, que é canadense, e, melhor ainda, garante a qualidade do frango e da carne sem antibióticos. Os sanduíches são muito bons e a cebola frita de acompanhamento, melhor ainda. Existem vários pela cidade e um deles perto da estação Mount-Royal. Confesso que é o único fast- food que me dá total confiança na hora de comer porque é comprovado que eles não trabalham com carnes de gado ou frango que contenham hormônios.

Brits & Chips: O melhor lugar para comer uma deliciosa (e gordurosa) comida britânica é no Brits & Chips. O famoso peixe frito com batata frita é o prato chefe da casa. O legal é que tem muitas opções de peixe e entre elas um saboroso filé de salmão, de haddock ou até de merluza. O ambiente é legal e normalmente tem uma fila pequena na frente, mas vale a pena!

Espero que gostem das dicas!

Schwartz's 

Prime Rib no Baton Rouge
Dirty Dogs 
Cachorro-quente com macarrão e queijo 
Cachorro-quente com linguiça de carne, bacon e ovo 
Bagel de carne no St Viateur 
Bacon de salmão no St Viateur 
A&W - fastfood canadense
A&W
Brits & Chips



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